Fundo de pensão do Canadá entra em projeto de crédito de carbono na Amazônia

CPP Investments, que gere o plano de aposentadoria do Canadá, investirá até US$ 30 mi em fundo da Mombak. Projeto de reflorestamento alcança US$ 100 milhões

Floresta em chamas na Amazônia: interesse do investidor estrangeiro na recuperação (Foto: Micahel Dantas/AFP/Getty Images)
Por Peter Millard
22 de Agosto, 2023 | 04:23 PM

Bloomberg — O maior fundo de pensão do Canadá se juntou a um projeto que pretende produzir créditos de carbono com o plantio de mais de 100 espécies de árvores nativas em terras degradadas na Amazônia.

O CPP Investments, que gere o plano de aposentadoria público do Canadá, investirá até US$ 30 milhões em um fundo de reflorestamento administrado pela Mombak Gestora de Recursos, disse Peter Fernandez, diretor executivo da startup de remoção de carbono.

O investimento do fundo de pensão canadense e um desembolso menor da Fundação Rockefeller levaram o primeiro fundo de reflorestamento da Mombak a atingir a meta de US$ 100 milhões, disse Fernandez. O fundo canadense também investirá US$ 500.000 na Mombak.

A startup está aproveitando uma mudança nos mercados de créditos de carbono voluntários, onde os compradores agora pagam mais por projetos que realmente removem carbono. Outro formato usado ofeceria compensações para quem evitar ações prejudiciais, como a derrubada de árvores existentes.

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“O preço dos créditos de carbono subiu o suficiente para o negócio ganhar escala”, disse Fernandez em entrevista, acrescentando que a Mombak foca na venda de créditos para compradores sofisticados que não querem “nenhuma dúvida” de que a remoção de carbono ocorreu.

A empresa já realiza pré-vendas de créditos de carbono a mais de US$ 50 cada, um preço mais alto do que as atuais cotações nos mercado de créditos voluntários. Os créditos de carbono representam uma tonelada de carbono removido ou emissões evitadas. A Mombak continuará captando recursos para projetos de reflorestamento na Amazônia e espera empregar US$ 1 bilhão dos recursos nos próximos três a cinco anos.

O fundo também conta com AXA IM Alts e Bain Capital Partnership Strategies entre os investidores. Os compradores finais, não os investidores, utilizam os créditos para compensar suas emissões.

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“Esperamos que o valor dos créditos de remoção de carbono de alta qualidade, verificáveis e baseados na natureza, como os produzidos por meio do Fundo de Reflorestamento da Amazônia, continue a aumentar”, disse Bill Rogers, chefe global de energias sustentáveis do CPP Investments, como o fundo de pensão canadense é conhecido.

-- Com a colaboração de Paula Sambo.

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